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|RESENHA| Cicatrizes na Parede - Esdras Pereira - Livros & Reticências

|RESENHA| Cicatrizes na Parede - Esdras Pereira

Resenha Cicatrizes na Parede
Olá, tudo beleza por ai?

O livro de hoje é Cicatrizes na Parede escrito por Esdras Pereira e ilustrado por João de Oliveira, publicado em março de 2016, pela editora Autografia.   




A obra inicia-se em 1830, com o guerreiro yorubá Enitan durante uma caça para alimentar suas duas filhas Adanya e Folami, seu filho Akin e sua esposa Nmachi, e claro sua hiena de estimação Mainasara. Depois de uma corrida com um antílope, Enitan volta para casa carregado de carne fresca, porém o que ele encontra é um cenário de destruição, sua hiena morta e sua família amordaçada prontos para serem vendidos como escravos. Temendo a morte de alguém da sua família, Enitan se entrega á tribo rival, e toda a família é vendida como escravos. Todos partem em um navio negreiro para o Brasil-Colônia, sentindo na pele a dor, o desprezo, a fome, os maus-tratos e o cheiro de morte á todo instante. 


Na mesma chácara, onde Enitan foi um grande escravo reprodutor, agora transformara-se em um casarão de alta sociedade. É nele que conhecemos Sueli, uma negra avantajada, que fazia sucesso por onde passava, e que passou grandes sufocos por conta da sua cor. Sueli percebe que pode tirar vantagens dos seus dotes e para isso, precisa sofrer com aproveitadores sexuais. 

Alguns anos depois, em mesma ambientação, somos apresentados a Nenel, filho de Sueli, que se descobre homossexual, e tem que viver em um Brasil tradicional, preconceituoso e homofóbico. Assim como sua mãe, Nenel sofre com relacionamentos abusivos. 

Resenha Cicatrizes na Parede

O autor pensou em uma trama perfeita, porém pecou no desenvolvimento da obra. Iniciei a leitura e me vi preso á história do Enitan, porém esta se acabou muito rápido e logo depois me vi decepcionado com todo erotismo que emoldura a história de Sueli e a do seu filho. 

Ao encerrar da leitura do livro, conclui que a negra Sueli foi uma aproveitadora barata, egoísta e traiçoeira, e que o destino separou para ela um fim mais que merecido. Porém, em um mundo onde ainda existe muito racismo, não é o tipo de feedback apropriado a um protagonista negro, e me senti mal por isso.

O autor usou linguagem popular durante todo o enredo, e alguns termos chulos que podem incomodar.

É obvio que uma história sobre negros, deve ser forte para que incomode. Essa me incomodou, porém não da forma que deveria. Esta é uma história que tem um grande potencial, se reformulada, porém não funcionou comigo e não indico.

O trabalho gráfico é encantador, e a revisão/diagramação me surpreendeu positivamente.

E você, daria uma chance para a leitura? Deixe nos comentários.
Até Mais! 

RESENHA CICATRIZES NA PAREDE ESDRAS PEREIRATitulo: Cicatrizes na Parede
Autor: Esdras Pereira
Editora: Autografia: 
Páginas: 252
Ano: 2016
Sinopse: A rica narrativa de Cicatrizes na Parede se inicia com Enitan, um orgulhoso guerreiro yorubá, sequestrado com a sua família em 1830 nas savanas africanas, vendido como mercadoria no porto de Biafra e embarcado em um navio negreiro para cumprir a sua sina de escravo reprodutor em uma enorme senzala no Brasil, semeando de negros, pardos, mulatos e cafusos os vastos canaviais dos Campos dos Goytacazes, fertilizados com o sofrimento e o suor dos negros escravizados. Uma saga que se desenrola em condições brutais, baseada em pesquisas históricas, fatos reais ficcionados e fatos fictícios que traduzem a dura realidade do preconceito de cor e social até os tempos atuais, mostrando a trajetória dos negros em um caleidoscópio de personagens fortes e passagens marcantes, que levam o leitor a passear como privilegiado voyeur pelos bastidores dos solares, das senzalas, dos prostíbulos, do cárcere, do homossexualismo, da prostituição, da violência, das drogas e da aids, até os elegantes salões da sociedade campista, espelho de um Brasil colonizado com o trabalho e o sacrifício alheio.



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